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Como abordar Inflação com o cliente: confira técnicas e dicas

Agentes comerciais, gerentes de contas e, até mesmo, planejadores financeiros, precisam ter alguns assuntos na ponta da língua. Afinal, os clientes sempre terão as mais diversas dúvidas, relacionadas a inflação e a economia em modo geral:

  • PIB
  • Juros
  • Macroeconomia

Esses temas, assim como outros, ajudam a sintetizar o movimento no mundo dos investimentos e, por consequência, podem impactar na carteira do cliente. Por isso, estar sempre atualizado é fundamental e traz ainda mais segurança para ambos os lados – cliente e especialista.

Nos últimos anos, os investimentos, bem como o orçamento das famílias têm sido impactados por um fenômeno. O poder de compra tem passado por fortes mudanças, de maneira negativa. E, com ele, as carteiras de investimentos.

Falando especificamente sobre inflação, algumas perguntas podem surgir:

  • Por que o preço da comida aumentou tanto?
  • Por que o Banco Central não faz alguma coisa?

Tais perguntas, algumas vezes tão óbvias, necessitam de uma resposta. Por isso, o objetivo deste conteúdo é apresentar as melhores resoluções para as mais diversas indagações.

Ponto inicial da Inflação

O pontapé inicial deve ser dado pela definição do conceito. Assim, é possível explicar que a inflação é o aumento dos preços de produtos e serviços com o passar do tempo. Já a deflação é a queda desses valores.

Caso seja notada uma inflação galopante, onde o Governo não interfere de maneira alguma para controlar, dificilmente os reajustes salariais de boa parte da população conseguirão acompanhar os preços. Dessa forma, muitas pessoas perdem seu poder de compra.

As classes mais atingidas por essa perda de poder são as C e D. Imagine a seguinte situação: Há um ano atrás, um trabalhador que ganha um salário-mínimo fazia uma feira de R$ 300,00. Hoje, com a inflação mais alta, aqueles mesmos R$ 300,00 podem não garantir a compra dos mesmos itens.

No Brasil, onde temos uma renda per capita baixa, esse movimento é muito mais perceptível. De toda forma, a inflação não é de todo mal. Ela é até saudável para a economia, uma vez que, devidamente controlada, demonstra que o país está prosperando.

Nem tão alta, para não corroer o poder de compra, nem tão baixa, que sinalize uma queda da demanda por serviços e produtos, o que causa uma desaceleração econômica. Portanto, precisamos estar alertas para trazer alternativas aos investidores, a fim de que eles consigam se proteger de tal evento.

Olhe o passado para entender o futuro

O índice que mede a Inflação é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e é divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ele é composto por alguns itens, conforme imagem abaixo:

gráfico do IBGE sobre o IPCA em Março

A título de exemplo, durante o mês de setembro, o IPCA apresentou resultado de -0,29% (ou seja, observa-se deflação). Alguns itens contribuíram para esse resultado, conforme gráfico abaixo:

Variação mensal do IPCA

Como podemos verificar, o setor de Vestuário foi o que observou maior variação positiva, ou seja: os produtos ficaram mais caros. Por outro lado, o setor de Comunicação foi o que mais contribuiu para a deflação, onde houve um recuo nos preços do segmento.

Vários fatores contribuíram para essas oscilações, mas que, no geral, tendem a responder conforme os princípios econômicos de oferta e demanda. Hoje, a inflação é motivada pela exacerbada oferta de moedas.

Explico: no início da Pandemia, a nível global, todos os bancos centrais do mundo entenderam que as economias iriam sofrer em demasia por conta do lockdown e das medidas restritivas, sinalizando um possível colapso.

Pois bem, neste ponto, começou a haver estímulos monetários, aumentando a circulação do dinheiro (oferta), sem que houvesse a demanda de produtos e serviços de maneira proporcional. Assim, há mais dinheiro do que o necessário.

Entendendo esses conceitos, a visualização do todo ficará mais compreensível para o cliente. 

Taxa de Juros e Inflação

Para entender o impacto dos juros na inflação, é necessário entender a dinâmica em que os bancos centrais atuam. Deve-se entender o cenário tanto no aumento, quanto na redução da taxa básica de juros.

Nos ciclos econômicos, encontramos duas dinâmicas, antagônicas em sua natureza, pois combatem uma à outra. Primeiro, encontramos um ciclo expansionista, onde o governo expande a base monetária, gastos e investimentos. 

Nele, há um estímulo para a economia acelerar e, geralmente, encontramos uma redução na taxa de juros.  Isso porque, deixando o custo do dinheiro mais barato, há uma circulação mais rápida na economia, aumentando o consumo da população, e consequentemente, gerando mais empregos. O ápice desse ciclo é, de fato, o aumento inflacionário, onde vamos encontrar mais dinheiro circulante. Afinal, a oferta de dinheiro está bem alta.

Já no ciclo Contracionista, os bancos centrais têm a tarefa de desinflacionar sua base monetária, tentando tirar o máximo de dinheiro de circulação. Para isso, ele surge com um aumento na taxa de juros, entre outros mecanismos de controle monetário.

Portanto, a dinâmica da taxa de juros e inflação está inversamente ligada. Assim, para controlar a inflação ascendente em demasia, os juros precisam ser aumentados. O inverso também é verdadeiro.

Cuidando do cliente

Os objetivos, prioridades e horizontes de tempo dos investimentos de cada cliente são únicos. Porém, eventos econômicos atingem todos, inclusive a inflação. Diante desse fato, como agentes do Mercado Financeiro, é necessário estarmos atentos a essas dinâmicas de mercado.

Uma carteira bem diversificada já traz certa segurança para o cliente. Ativos com ganhos reais, que pague o IPCA e uma taxa pré-fixada surge bem neste sentido. Neste período de incertezas, volatilidades e inflações mundiais, nosso cliente precisará de um profissional abalizado do cenário atual. Assim, esperamos contribuir com este artigo!

Artigo assinado pelo professor da ART

Fábio Luiz Cordeiro

Com mais de 12 anos de atuação no Mercado Financeiro, conta com grande experiência com equipes comerciais e conhecimento técnico em investimentos. Atua com público de Alta Renda e possui as certificações CGA, CFP®, CEA.

Clique aqui para acessar o LinkedIn do professor!

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